INTRODUÇÃO
A supervisão de estágio em Serviço Social se tornou ao longo dos anos um fundamento de grande relevância para a formação dos assistentes sociais de novo milênio. Sendo assim, não cabe mais refletir esta questão sem enquadrar a importância desta enquanto ferramenta de qualidade na formação educativa. A supervisão é um ato educativo?
Sendo a supervisão amparada por formas de planejamento organizada, o planejamento é uma ferramenta essencial nessa questão, haja vista que retrata a garantia de um trabalho focado na qualidade e no comprometimento. O processo de supervisão jamais deve estar separado do comprometimento com o ato de planejar. Eles caminham juntos.
Nesse tocante, é de fundamental importância refletir a supervisão enquanto proposta de trabalho coletivo. O trabalho numa perspectiva coletiva valoriza e criar oportunidades de desenvolvimento de novas estratégias de formação e amadurece o processo teoria-prática.
Contudo, a supervisão de estágio possibilita inúmeras situações que potencializa e favorece o crescimento e do estagiário em processo de formação em serviço social, incorporando seres críticos, pensantes e ativos.
A SUPERVISÃO TAMBÉM É UM ATO EDUCATIVO
A supervisão de estágio é um ato educativo? As vivências teóricas durante os anos de estudos no curso de serviço social evidenciam um caráter do trabalho profissional altamente didático-metodológico que nos ajuda a compreender a supervisão como ferramenta educativa.
Nesse processo, a supervisão de estágio a partir das inúmeras modificações curriculares possibilitou melhor estruturar as diretrizes que possibilitou traçar novas estratégias de formação dos novos assistentes sociais. Assim, não cabe mais uma formação presa à mera didática conservadora, que formava profissionais para o trabalho de reprodução da sociedade.
Aqui se percebe que as novas diretrizes dos cursos de serviço social no Brasil focaliza um trabalho educativo, onde a formação de profissionais críticos, pensantes e transformadores das realidades adversas, é uma busca constante.
A relação que se estabelece o supervisor e o supervisionado é uma questão amplamente relevante do ponto de vista didático e humano. O trabalho profissional é uma realidade cujas bases se fundamentam na intervenção social, pois passa a ser o grande fundamento do estágio em serviço social. Intervir para modificar e não reproduzir o que ai está.
A partir das mudanças curriculares e a inserção de ideologias de transformação social no contexto dos cursos de serviço social, inúmeras teorias evidenciaram a necessidade das supervisões de estágios focalizarem a intervenção social enquanto possibilidade de aprendizado prático e acima de tudo como ferramenta de transformação social.
Para Ferreira (2010)
O assistente social é desafiado a abdicar da figura ‘caritativa’, da ‘caridosa’, que concede benefícios para assumir a função profissional, que facilita o acesso a direitos sociais. Infelizmente, na prática, o assistente social, em situações diversas, continua sendo chamado a prover ou negociar a provisão das necessidades básicas da população carente (p. 124).
O autor esclarece bem claramente que o papel dos atuais assistentes sociais não é meramente da figura caridosa, mas de prover o acesso dos mais carentes a benefícios sociais, especialmente para as pessoas mais vulneráveis socialmente. Mas o que isto tem a ver com a supervisão como ato educativo?
Verdadeiramente, a supervisão se torna ato educativo, quanto fomenta não só atos práticos no campo de estágio, mas possibilita a construção de uma teia que articula a formação e a vivência humana na realidade a ser transformada.
Contudo, é necessário que a supervisão de campo tenha acima de tudo um amplo caráter educativo. O ato educativo nada mais é do que um ato subjetivo que amparado pelo caráter didático-metodológico fomenta a realização da aprendizagem mais significativa do ponto de vista educativo. Ser educativo implica necessariamente uma relação um trabalho pedagógico-social que além de possibilitar um trabalho organizado didaticamente, articula a inserção do serviço social no contexto da realidade do campo de estágio.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Toda ação educativa requer um posicionamento organizado. Nesse tocante, a postura educativa no campo do serviço social nada mais é do que a organização planejada de ações práticas que possibilite além da execução de um bom trabalho, mas também fomenta o crescimento e a aprendizagem por meio das novas situações.
É pertinente salientar que o planejamento em serviço social está totalmente atrelada ao processo de construção educativo e vice-versa. Assim, é muito importante que a supervisão de estágio tenha foco não só nas meras ações a serem realizadas, mas que estas ações fomentem a discussão, a reflexão que caracterize modificações no cenário social.
A construção de seres éticos neste contexto passa necessariamente pelo processo educativo que a supervisão pode proporcionar.
Seres humanos éticos, são a essência de toda profissão. A supervisão, o planejamento favorecem a construção do ato educativo. O supervisionado enquanto profissional em processo de formação pode desencadear situações prazerosas que além de trazer novas diretrizes para seu processo de crescimento na profissão, bem como construir alternativas de modificação da realidade.
Para tanto, a supervisão de estágio é um amplo momento de construir bases sólidas para o trabalho coletivo. A relação estabelecida entre o supervisionado e o seu supervisor é um momento único de troca de experiência e de fomentação da articulação entre o teórico e o prático.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
FERREIRA,Cláudia Maria; SIKORSKI, Daniela; Barboza, Sergio de Góes; MALVEZZI, Rosane Aparecida Balieiro. Processo de trabalho e serviço social. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
EDINEI MESSIAS ALECRIM Pedagogo; Psicopedagogo; Graduando em Serviço Social;
Profissional de Segurança Pública
edineimessias@hotmail.com edineimessias@yahoo.com.br
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