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A cada dia me apaixono mais pelo trabalho com crianças com necessidades educativas especiais. Neste blog quero apresentar estratégias, informações e acima de tudo contribuições práticas para que estes sujeitos tenham possibilidades claras de aprendizagens. Confiram!!! Minhas credenciais: Sou Pedagogo; - Psicopedagogo Clínico e Institucional; - Assistente Social CRESS-Ba 8283.

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sábado, 4 de setembro de 2010

O desafio de ser portador de altas habilidades

 O desafio de ser portador de altas habilidades
    
Por: Flavio Andrade

    
É impressionante como o mundo pode parecer pequeno se formos considerar quantas pessoas possuem ou possuíam um QI acima de 180. A Terra, esse nosso famoso planeta, constituinte de humanos, mais ou menos cerca de 6,8 bilhões de pessoas. O interessante é que pesquisas recentes revelam que a porcentagem da população mundial que possui um quociente de inteligência superior a 200 é ínfimo. Por exemplo, num estudo datado de 1926 com pessoas que viveram entre os anos de 1450 e 1850, e realizado pela Dr. Catherine Morris Cox, psicóloga, descobriu-se que Ludwig Wittgenste, Sir Isaac Newton e Francois-Marie Arouet (Voltaire), possuíam QI de 190 e Leonardo da Vinci, David Hume e Buonarroti Michelangelo chegaram a 180. O próprio Johann Wolfgang von Goethe possuía 179 de quociente, 19 pontos acima do QI de Einstein e 26 pontos a mais que Wolfgang Amadeus Mozart.


Bem sabemos que os antigos testes de QI mediam apenas o raciocínio logico-matemático, deixando de lado aspectos como a inteligência musical e a espacial, concluindo que após as várias pesquisas de Howard Gardner, em seus livros Estruturas da Mente e Inteligências Múltiplas, descobriu-se a partir dos seus estudos que são vários os fatores que podem desencandear uma superinteligência e várias inteligências que não seja só a lingüística e nem a lógica, além do mais nos seus livros ele faz comentários sobre a criação e implementação de um projeto pedagógico, chamado Projeto Zero, baseado neste conceito de inteligências múltiplas.


Ora, caros leitores, se poucos são os que chegam a atingir registros tão altos de coeficiente de inteligência, nos faz perceber que estes indivíduos são realmente diferentes. E por serem diferentes, mesmo tentando viver igual aos meros mortais, não conseguem se adaptar 100 % às situações do dia-a-dia. Tarefas tão fáceis podem parecer bem difíceis para estas pessoas que se acostumaram a ter simplicidade em interpretar códigos estranhos, realizar proezas mentais, físicas e matemáticas, possuírem uma memória brilhante e um poder criativo jamais visto.


A criatividade é um aspecto inerente aos superdotados [termo que está desaparecendo aos poucos para dar lugar aos portadores de altas habilidades], ou melhor, aos portadores de necessidades educacionais especiais. Esses indivíduos são mais criativos e mais observadores que os indivíduos comuns e talvez por possuírem um nível de atenção sobre-humano, conseguem se concentrar em mais de duas situações ao mesmo tempo.


É curioso observar que na escola ou até mesmo na universidade certos jovens que se destacam muito acima da média são logo criticados por alguns colegas, que logo estipulam o rótulo de ETs, Nerds ou CDFs. Às vezes para não ficar de fora da "galera", ou seja, do grupo, estes jovens começam a deixar de se interessar por coisas que antes chamavam atenção e assim vão se distanciando de um caminho por ventura promissor.


Como se não bastasse este não é o único desafio, ainda na escola, professores mal preparados encaram a criança e/ou o jovem superdotado que não para quieto, que se distrai à toa ou não presta atenção à aula como bagunceiro, conversador, no entanto, esta criança/jovem às vezes só se distrai porque já sabe todo o assunto, só que o professor não sabe disso. Só para se ter uma ideia, em entrevista à revista Pátio – Ed. Artes Médicas, Gardner nos diz "O maior desafio é conhecer cada criança como ela realmente é, saber o que ela é capaz de fazer e centrar a educação nas capacidades, forças e interesses dessa criança. O professor é um antropólogo, que observa a criança cuidadosamente, e um orientador, que ajuda a criança a atingir os objetivos que a escola – ou o distrito, ou a nação – estabeleceu."[1]


Então, penso que, estes alunos só precisam de atenção e acompanhamento especializado para que possam desenvolver seus talentos, suas habilidades. Os próprios professores que não conhecem e nem sabem identificar um aluno portador de altas habilidades acabam podando a criatividade, as idéias e até mesmo um trabalho fora do comum por acharem que são esquisitos demais ou não fazem sentido algum.


Caros leitores, eu mesmo já observei situações em sala de aula que demonstram o que aqui repasso a vocês. O portador de altas habilidades necessita sim de mais amor, carinho e um norte para guiar seu caminho, de um educador, um profissional que possa orientá-lo.


Tenho observado nesses meus poucos 12 anos de pesquisas e estudos sobre superdotação, que a maioria das crianças que se enquadram no perfil de destaque da maioria costumam se isolar do mundo. É lógico que o estereótipo de menino franzino, que usa óculos e introspectivo já não cola mais como modelo para os superdotados. Cada vez mais os estudos avançam e novas pesquisas nas áreas de neurociência, psicologia e educação especial têm demonstrado que os dotados nem sempre são os alunos que tiram as maiores notas na escola ou universidade, mas que se forem testados com relação aos seus talentos podem impressionar quem estiver por perto.


Mais do que qualquer situação que prejudique o desenvolvimento dos portadores de altas habilidades, devemos lutar todos: pais, pesquisadores, professores, família e autoridades para ajudar a esses indivíduos a não deixarem de ser o que são e se aceitem; esses indivíduos receberam um dom de Deus e não devem abandonar o que gostam de fazer; devem sim serem aceitos pela família, pela escola e pela sociedade e encontrarem realmente os seus caminhos.     


[1] Retirado de fonte: http://www.abrae.com.br/entrevistas/entr_gar.htm, apenas como caráter informacional.

    
Perfil do Autor

    

Flávio Andrade é graduado em Administração pela Universidade Estadual do Maranhão, pós-graduado em Administração pública e é mestrando profissional em Gestão Estratégica de Pessoas (MBA).


Atua também como professor convidado pelo SENAC, é palestrante e consultor pela Maranhão Assessoria, onde trabalha nas áreas de Marketing, RH, planejamento estratégico, Empreendedorismo, entre outras.

   
(Artigonal SC #2893148)

            
Fonte do Artigo - http://www.artigonal.com/ciencia-artigos/o-desafio-de-ser-portador-de-altas-habilidades-2893148.html

        

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