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A cada dia me apaixono mais pelo trabalho com crianças com necessidades educativas especiais. Neste blog quero apresentar estratégias, informações e acima de tudo contribuições práticas para que estes sujeitos tenham possibilidades claras de aprendizagens. Confiram!!! Minhas credenciais: Sou Pedagogo; - Psicopedagogo Clínico e Institucional; - Assistente Social CRESS-Ba 8283.

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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Mudança de critério

MUDANÇA DE CRITÉRIO
1. Introdução
Se os adultos não dispusessem de pelo menos duas operações lógicas, a seriação e a classificação, o mundo que nos rodeia seria caótico, vale dizer, heterogêneo, ou seja, que cada objeto se apresentaria sem nenhuma relação com outros.
Enquanto a seriação consiste na capacidade de ordenar os objetos de forma crescente ou decrescente por um atributo - por exemplo: comprido, pesado, etc. - a classificação implica a capacidade de agrupá-Ios por um atributo comum - por exemplo: forma, tamanho, peso -. Ambas as operações permitem introduzir um princípio de ordem que dá coerência ao mundo que nos rodeia: é maior que, menor, igual e pertence ou não pertence a tal classe.
Todavia, estas capacidades não nascem com o sujeito, mas são o resultado de uma construção paulatina. No caso da classificação podem-se reconhecer sucessivos estádios: o estádio das coleções figurais - entre os 2 e 5 anos, aproximadamente - o estádio das coleções não figurais - a partir dos 6 ou 6 anos - e o estádio da inclusão das classes e classificação hierárquica - a partir dos 8 anos, aproximadamente.
Ao entregar, a crianças de distintas idades, figuras geométricas de diferente forma, cor e tamanho e solicitar que as ordenem "colocando juntas as que se parecem" poder-se-á observar uma variedade de respostas.
No estádio das coleções figuras realiza:
1. pequenos alinhamentos parciais sem um plano pré-estabelecido;
2. alinhamentos contínuos, mas com mudança de critério: um círculo vermelho é seguido de um quadrado vermelho e o quadrado vermelho é seguido de um quadrado azul e este de um triângulo grande - porque o quadrado é grande - ainda que sua cor seja distinta, etc.
3. condutas intermediárias entre alinhamentos e objetos complexos: um retângulo seguido de dois quadrados superpostos para que tenham igual forma que o retângulo.
4. objetos complexos: reúnem-se círculos para fazer uma flor ou quadrados e círculos para fazer um trem.
objetos complexos de forma geométrica e empírica, por exemplo: uma cruz.
No estádio das coleções não figurais realiza:
1. pequenos agregados não incluídos em classes mais gerais: reúne os quadrados grandes azuis, os quadrados grandes vermelhos, os quadrados pequenos azuis e os quadrados pequenos vermelhos.
2. Paulatinamente se começa a usar o quantificador "todos" que indica uma coordenação entre a compreensão e a extensão, o que mostra um princípio de "encaixe" sem ainda dispor da "classe" porque o sujeito utiliza um "método ascendente" ou um "método descendente" - parte das pequenas coleções para as grandes coleções ou vice-versa - sem combinar os procedimentos ascendentes e descendentes.
No estádio das classes e classificações hierárquicas:
A criança dispõe de um esquema classificatório, pode realizar diferentes classificações em função dos distintos atributos de um mesmo objeto - por exemplo: cor, tamanho e forma, como também realizar classificações hierárquicas
B = A + A’ pelo qual B - A = A’ e B - A’ = A
(A = gatos, N = cachorros e B - animais)
2. Objetivo
Avaliar a capacidade de classificar objetos.
3. Materiais
• 5 (ou 6) círculos vermelhos de 2,50 cm de diâmetro . 5 (ou 6) círculos azuis de 2,50 cm de diâmetro
• 5 (ou 6) círculos vermelhos de 5 cm de diâmetro e 5 (ou 6) círculos azuis de 5 cm de diâmetro
• 5 (ou 6) quadrados vermelhos de 2,50 cm de lado
• 5 (ou 6) quadrados azuis de 2,50 cm de lado
• 5 (ou 6) quadrados vermelhos de 5 cm de lado
• 5 (ou 6) quadrados azuis de 5 cm de lado
• 2 caixas planas - de 4 ou 5 cm de altura, mais ou menos e de 12 cm de lado ou um pouco mais.
A importância de que as caixas possuam uns 12 cm de lado consiste em que, desta maneira, o entrevistado não se sinta influenciado a fazer um único monte, senão que pode, em cada caixa, colocar quatro pilhas de figuras grandes (círculos grandes azuis, círculos grandes vermelhos, quadrados grandes azuis e quadrados grandes vermelhos) com o qual se facilita a observação de si ainda não possui as subclasses suficientemente integradas.
4.Procedimento
Entregam-se misturadas as figuras geométricas de duas formas, dois tamanhos e duas cores para que primeiro se realize uma classificação espontânea e, posteriormente, solicita-se por três vezes sucessivas que se vá classificando em dois montes utilizando critérios diferentes. Solicita-se que se dê nome aos montes e, se necessário, realizam-se insinuações, uma demonstração de classificação e uma recapitulação.
5. Administração
5.1. O entrevistador coloca as figuras em desordem sobre a mesa e pede à criança que as descreva.
5.2. Quando o entrevistado termina a descrição, o entrevistador solicita que agrupe os que se parecem: "Ponha )untos os que se parecem, os que podem Í1: )untos" .
5.3. Quando o entrevistado termina, o entrevistador pergunta: "Por que os colocou dessa forma?".
5.4. Se o entrevistador o considera indicado pode solicitar que o entrevistado faça menos grupos.
5.5. Quando o entrevistado termina, o entrevistado r volta a perguntar o indicado em 5.3.. .
5.6. O entrevistador coloca à frente do entrevistado as caixas e solicita que faça dois montes das que se parecem e coloque cada monte em uma caixa. "Faça dois montes juntando as que se parecem e coloque cada monte em uma caixa".
5.7. Uma vez que o entrevistado colocou os montes na-s caixas o entrevistador pergunta: "Por que você colocou estes aqui e estes aqui?" "Qual o nome que você dá a este monte e que nome dá a este outro monte?".
5.8. Se o entrevistado designa cada monte com várias palavras, por exemplo: "quadrados azuis grandes, quadrados azuis pequenos, quadrados vermelhos grandes e quadrados vermelhos pequenos", o 'entrevistador pode dizer: "Imagina que eu quero guardar esta caixa e para saber o que tem dentro quero escrever na tampa, mas não tenho lugar para escrever muitas palavras, o que posso escrever?" "Poderia me dizer menos palavras?" "E nesta outra tampa o que escreverias?".
5.9. O entrevistador retira os montes das caixas, os coloca sobre a mesa e diz ao entrevistado: "Faz novamente dois montes de urna forma diferente, colocando juntos os que se parecem e coloca cada monte em urna caixa".
5.10. Se o entrevistado classifica usando outro critério, procede-se como se indicou em 5.7. e 5.8.. Mas, se o entrevistado não utiliza um novo critério, o entrevistador insinua uma nova classificação e solicita ao entrevistado que a continue.
A insinuação consiste em colocar dento de cada caixa algumas figuras geométricas de maneira tal que a classificação fique determinada de forma não evidente, vale dizer, não colocando as quatro figuras correspondentes. Assim, por exemplo: para determinar tamanho:
Caixa A
"1" círculo grande azul
"1" círculo grande vermelho
"3" quadrados grandes vermelhos
Caixa B
"1" círculo pequeno vermelho
"2" quadrados pequenos azul
Com similar estratégia, também se pode determinar cor e forma. Se o entrevistado deixa urna sobra sem classificar (ou seja, sem incluir dentro das caixas) o entrevistador solicita que as coloque onde correspondem "E estas que você deixou fora, aonde vão?" "Coloque-as dentro da caixa com as outras".
5.11. Se o entrevistado não pode completar a classificação insinuada, o entrevistador pode realizar a mesma por inteiro.
5.12. O entrevistador procede como em 5.9..
5.13. O entrevistador procede como em 5.7. e 5.8. e se é necessário realiza uma nova insinuação (como está indicado em 5.10.).
5.14. Se o entrevistador considerar necessário, completa a classificação como em 5.11..
5.15. Se o entrevistado necessitou de insinuações - da parte do entrevistador - realiza-se uma recapitulação; quer dizer, solicita-se ao entrevistado que volte a classificar.
6. Avaliação
6.1. Nível 1: Coleções figurais (geralmente antes dos 4-5 anos) O entrevistado realiza alinhamentos com sucessivas mudanças de critério podendo não utilizar todas as figuras geométricas.
Também costumam realizar figuras complexas que representam coisas: por exemplo: uma flor, um trem, etc.
6.2. Nível 2: Começo de classificação (geralmente aos 5-6 anos) .
O entrevistado realiza coleções justapostas sem relação entre si (quadrados grandes vermelhos, círculos pequenos vermelhos, quadrados pequenos vermelhos...). Em um nível mais evoluído chegam a certo reagrupamento das sub-¬coleções sem ainda possuir uma capacidade de antecipação ou previsão de critérios.
6.3. Nível 3: Dicotomia por vários critérios (geralmente a partir dos 6-7 anos).
O entrevistado pode antecipar, realizar e recapitular duas dicotomias sucessivas.
Em um nível mais avançado, os três critérios são utilizados espontaneamente.
7. Observações
7.1. A prática mostra que alguns entrevistados - em particular meninos - costumam usar outras palavras, tais como bolas ou redondos e quadrados para designar os círculos, o que deve ser respeitado sem que o entrevistador tente corrigir; o que também pode ocorrer com as cores.
7.2. Alguns entrevistados, por causas patológicas, podem ter dificuldades para entender a consigna e classificar quando se entrega todas as figuras geométricas; no entanto, com 2 ou 3 figuras de cada classe, conseguem classificar por um ou dois critérios e logo é possível entregar a eles todo o material.
7.3. Assim mesmo, alguns entrevistados com severas perturbações emocionais costumam reagir confusa ou inadequadamente quando se utiliza a palavra "família" como, por exemplo: "coloque juntas as que são de uma mesma família".

BIBLIOGRAFIA:

Visca, Jorge/. O diagnóstico operatório na prática psicopedagógica. – Jorge Visca – São José dos Campos: Pulso, 2008


UM MUNDO MELHOR SE CONSTRÓI EM MUTIRÃO

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