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A cada dia me apaixono mais pelo trabalho com crianças com necessidades educativas especiais. Neste blog quero apresentar estratégias, informações e acima de tudo contribuições práticas para que estes sujeitos tenham possibilidades claras de aprendizagens. Confiram!!! Minhas credenciais: Sou Pedagogo; - Psicopedagogo Clínico e Institucional; - Assistente Social CRESS-Ba 8283.

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domingo, 5 de julho de 2009

Considerações sobre a aquisição da fala pela criança

CONSIDERAÇÕES SOBRE A AQUISIÇÃO DA FALA PELA CRIANÇA

Edinei Messias Alecrim[1]
edineimessias@hotmail.com
Aline Ferreira Damasceno[2]
Cleoline.2103@hotmail.com.br

Este artigo vem ilustrar de forma sistemática o desenvolvimento da fala do sujeito e suas modificações que a caracteriza enquanto pressuposto cognitivo para a constituição dos aspectos lingüísticos. De forma organizada e conceitual, desenvolve uma seqüência de evoluções que articula as mudanças desencadeadas na construção da fala desde o terceiro mês até um ano de vida da criança. Todavia, a junção entre o pensamento e a fala se torna fontes essenciais para a formulação da linguagem verbal pela criança.
Palavras-chave: fala, pensamento, linguagem, cérebro, sujeito, criança.

Este artículo viene ilustrar de forma sistemática que el desarrollo de dice del ciudadano y de sus modificaciones que la caracterizan mientras que cognitivo estimado para la constitución de los aspectos lingüísticos. De forma organizada y conceptual, se convierte que una secuencia de evoluciones que articula los cambios unchained en la construcción de habla desde el tercer mes hasta un año de vida del niño. Sin embargo, la ensambladura entre el pensamiento y lo dice si se convierte en fuentes esenciales para el formularization de la lengua verbal para el niño.
Palabra-llave: habla, pensó, lengua, cerebro, ciudadano, niño.

A fala como código lingüístico realizada por um falante é produzida pelos órgãos fono-articulatórios. Estes executam tais funções a partir dos aparelhos respiratórios e digestivos. A fala enquanto função específica do sujeito sofreu evoluções em diferentes estágios, pois Oliveira (2000), afirma que:
“A evolução e diferenciação do cérebro é que foi modulando, e transformando os órgãos respiratórios e digestivos em órgãos produtores de fala inicialmente reflexa (interjeições – ai! – ui!) depois automática (- bom dia! – muito prazer! – tudo bem? etc.) e, por último, voluntária racional) comprei várias coisas com cinqüenta reais e ainda sobrou troco para um lanche)” (p. 96).

Assim, estas evoluções aconteceram com as mudanças de paradigmas conceituais em torno da concepção de como o sujeito falante se identifica enquanto construtor da sua própria fala. O sujeito falante é identificado como um ser de manifestações expressivas constantes.
As inúmeras mudanças nas concepções de desenvolvimento da linguagem demonstraram que é na forma como esse individuo se relaciona com o mundo e se desenvolve que a construção da fala se processa de forma evolutiva.

A EVOLUÇÃO DA FALA NOS PRIMEIROS MESES DE VIDA DA CRIANÇA

A criança desde os três meses de idade, ainda não carrega valor fonológico. Nesta fase da vida a emissão de seus sons não carrega conteúdo emocional, assim também acontece com o ato de chorar. Sendo assim, seu cérebro ainda não está formado cognitivamente para desenvolver aptidões expressivas com valor sonoro e conteúdo lingüístico.
A partir dessa fase da vida, a criança começa a emitir sons com mais intensidade iniciando a articulação da fala com os movimentos dos órgãos fono-articulatórios, que também se encontram em pleno desenvolvimento. Assim, o cerebelo enquanto coordenador moto dos órgãos articuladores da fala também se encontra sem a maturidade para desenvolver as funções desses mesmos órgãos.
Dos sétimo ao décimo mês de vida, o sujeito em desenvolvimento passa a balbuciar, emitindo seqüencialmente sons silábicos, contudo sem um valor fonológico, porém com a estruturação da língua nativa de onde se encontra inserido. No entanto, os mecanismos do ato de balbuciar acabam funcionando como uma forma sistemática de estruturação da fala.
Por volta do primeiro ano de vida, a criança inicia o processo de emissão das palavras – frases que foram por ela apreendidas no contato com o falante, neste caso sua mãe, a grade referencial. O uso freqüente de palavras monossílabas como: pá, dá, má, é considerada como modelo de fala concreta pela criança.
Todavia, nesta fase, a mãe, enquanto referencial da criança, tende a deformar termos que são substituídos por jargões infantis. Assim, palavras como mamadeira que são transformadas pela mãe em “dedê”; dormir em “naná”; chupeta em “peta”. A mãe ao falar estes significantes, acertadamente terá uma influência muito grande sobre a aprendizagem da criança. Neste tocante, a mãe ao emitir para a criança tais significantes, estará reportando significados para o cérebro do sujeito, que automaticamente será assimilado pela área da linguagem.
Nesta fase, o objeto e sua imagem vão estar corretos no cérebro da criança, mas o som emitido, ou seja, o significante permanecerá deformado foneticamente. No entanto, o relacionamento afetuoso da fala da mãe será muito mais importante que a expressão certa do significante. Esse procedimento ajuda na compreensão de que para se efetivar a aprendizagem da fala, a criança tem que estar diante do significado, ou seja, do referente objeto.

MECANISMOS DA FALA E SEUS TRANSTORNOS NEUROFUNCIONAIS

O som da fala é produzido pelos órgãos fono-articulatórios: laringe, faringe, nariz, boca, véu do palito, língua, lábios, mandíbula, estruturas físicas da boca e seus anexos, tais como a caixa torácica. Dessa forma, o comando desta estrutura se torna múltipla e complexa.
Além desses órgãos todo aprendizado da fala se dar frente a um referente que está no campo visual entre o falante e o ouvinte, portanto o aprendizado semântico terá dificuldades se um dos indivíduos for cego.
O desenvolvimento motor da fala acontece a partir do amadurecimento de seus órgãos fono-articulatórios, sendo que eles se processam paralelamente. Além disso, a sua maturação não é realizada ao mesmo tempo. Desta forma se o órgão apresentar algumas lesões congênitas ou adquiridas pode produzir transtornos na fala, tais como: disfonia, disartrias e rinolalias. O individuo podem apresentar ainda algumas alterações nos músculos e da junção neuro-muscular para cima.
No transtorno da fala por disfunção muscular o individuo apresenta dificuldade na intensidade da voz tendo debilidade na produção sonora. Ela é apresentada por disfonia (tendo como principal característica a ronquidão) e a disartria (que se caracteriza pela dificuldade na pronuncia e articulação das palavras). Como exemplo; Miopatias genéticas e miopias inflamatórias diversas. Oliveira (2000) aborda que:
“As miopatias primitivas produzem bloqueios funcional ou destruição das fibras musculares. Estas últimas são freqüentemente substituídas por tecido fibroso. Existe miopatias degenerativas hereditárias de transmissão variadas, algumas levam o paciente a morte ao fim de alguns anos ou dezenas de anos. Muitas miopias incapacitam o paciente pela vida toda mas não levam à morte. Por enquanto não têm cura. Outras miopatias primitivas são produzidas por inflamação dos músculos. São as Miosites de etiologias variadas e, as vezes desconhecidas. Várias delas são auto-imunes. Algumas são decorrentes de infecções. Alguns tipos podem levar o paciente à invalidez e à mote. Outros podem estacionar. Alguns tipos são curáveis.”(p. 113)

No caso do transtorno da fala por disfunção da junção neuro-muscular, o individuo apresenta debilitação na voz oscilando a intensidade sonora, o qual pode piorar depois de um esforço ao longo do dia e melhorar com repouso. Como exemplo a Miastenia gravis (Enfermidade neuro-muscular que debilita a função dos receptores de acetilcolina na junção neuro-muscular.)
O transtorno da fala por disfunção do nervo periférico apresenta disartria e a disfonia e debilidades na produção sonora (polirradiculoneurite e neuropatias traumáticas do nervo craniano). O sistema nervoso periférico é compreendido por: nervos cranianos, raízes e suas ramificações e nervos periféricos. Segundo Oliveira (2000) afirma que: “A raiz posterior do nervo espinal consiste de fibras aferentes que conduz os impulsos para o sistema nervoso central. Essas fibras transmitem ao SNC (Sistema Nervoso Central) informações relativas às informações de tato, dor, temperatura, vibração, etc. São as fibras sensitivas.”
Os sintomas do transtorno por disfunção do neurônio motor-periférico também apresenta a disfonia, disartria além da diminuição da intensidade da voz que pode resultar lentamente ao seu desaparecimento.
No transtorno por disfunção cerebelar as causa mais comuns são as alterações vasculares inflamatórias, tumorais, tóxicas, metabólicas, degenerativas e malformações, algumas são curáveis, outras deixam seqüelas ou podem ate levar a morte. Apresente dificuldade motora assim à fala se dá de forma lenta, explosiva, com distorção de vogal e produção anormal de consoantes.
A fala no transtorno por disfunção do tronco ensefálico pode ser disfonica, disártrica ou pode até desaparecer. O indivíduo que apresente uma lesão de alta intensidade pode ficar totalmente paralisado dos pés a cabeça.
O transtorno da fala por disfunção das regiões subcorticáis do cérebro traz anomalias nas funções dos neurônios motores periféricos gama. Os movimentos automáticos podem sofrer alterações quando o sistema extrapiramidal é lesado num ou outro local. A fala por isso vai ser disfõnica e disátrica.
No transtorno da fala por disfunção das regiões corticais do cérebro a voz se torna monótona, amarrada e estrangulada às vezes os monossílabos são acentuados e podem apresentar gemidos. É a fala típica do paralisando cerebral, no entanto se a lesão não se estender pelas regiões do córtex cerebral a compreensão e elaboração da linguagem pode ser normal. Segundo Oliveira (2000, p. 122) a fala pode ser: disfônica, disártrica, espástica, disprosótica, disfásica.Essas alterações podem ocorrer principalmente por lesões decorrentes de acidentes vasculares cerebrais hemorrágicos ou isquêmicos. Podem decorrer ainda em menor número de doenças tumorais, inflamatórias, degenerativas, traumáticas, tóxicas, metabólicas, desmielinizantes, etc. As disfasias representam a maior contingente dessas disfunções corticais.Ocorre por lesões no hemisfério dominante (geralmente o esquerdo). São transtornos da fala-linguagem, mais de linguagem do que de fala.
Sendo a fala relevante para o desenvolvimento individual e social do individuo, é de fundamental importância o conhecimento de como se processam os mecanismos neurofuncionais da voz humana e seus transtornos, para uma melhor aquisição, prevenção e tratamento, dos órgãos fono-articulatórios.

A FALA ENQUANTO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DA CRIANÇA

Com o desenvolvimento das diferentes áreas cerebrais, começa aparecer a capacidade de produção da linguagem, que acaba por se expressar através da fala. Assim, Oliveira (2000), salienta que:
“O fato é que, na prática, primeiro aparece a fonação que expressa a voz, depois aparece a fala que veicula a língua sem qualquer noção semântica. Em seguida, o exercício diário da fala vai estocando o código lingüístico que é absorvido por um cérebro que tem um potencial inato para desenvolver uma linguagem que se funde com o pensamento” ( p. 99).

Todavia, as linguagens rotineiras são guardadas na memória do sujeito em desenvolvimento e expressadas de forma continuada pelos sistemas motores com a ajuda dos arquivos armazenados na memória.
A fala pela criança acaba se evidenciando por meio da comunicação que transmite consideravelmente a informação, se convergindo socialmente em cada cérebro de maneira particularizada. Tal concepção sinaliza a idéia de que nenhum sujeito isolado pode se constituir enquanto ser humano, pois necessita da interação com o ambiente para adquirir o conhecimento e conseqüentemente o desenvolvimento da linguagem.
A área de broca se torna neste contexto como a região cerebral mais importante, por ser responsável pela comunicação, e é nesse contexto do cérebro que se expressa a fala. Para que a fala seja expressa, é necessário que todas as articulações motoras desta região estejam totalmente constituídas.
Na medida em que as áreas funcionais ligadas à fala no cérebro da criança recebem redundantemente fontes de informação por meio de atos comunicativos, há um enorme acréscimo no aprendizado da criança por meio da interação entre o sujeito (a criança) e o objeto (ambiente onde ela esteja inserida). Assim, sucessivamente o cérebro, a partir dos seus modelos funcionais vai criando ligações que são capazes de produzirem novas e diferentes formas de linguagem por meio da fala. Nessa perspectiva, a fala já aprimorada, estimulada pelo contexto social que se encontra ao redor da criança, possibilita a construção de novas palavras, pois segundo Oliveira (2000) (...) “Constroem, assim, orações, frases, enunciados que, gradativamente, são analisados contextualmente, sintetizados e correlacionados a todos os outros elementos do mundo que estimulam o cérebro de forma natural” (p. 108).
Para Vygotsky, a linguagem tanto expressa o pensamento da criança, como age de forma organizadora desse pensamento. Nesse aspecto, primeiro a criança enquanto sujeito em processo de desenvolvimento da fala utiliza-a como canal de comunicação e de contato com outros sujeitos, por meio de expressões de apelo oral na tentativa de conseguir algo que não poderá realizar sozinha.
A partir do momento em que a criança passa a dominar a fala, essas mudanças são radicais em seu desenvolvimento cognitivo, possibilitando ao sujeito, novas formas de comunicação com o ambiente social e com outros indivíduos. Assim, esse processo dará oportunidade a esse sujeito de melhor estruturar sua cognição, pensando e agindo de forma mais racionalizada.
Contudo, essa estruturação se funde no momento em que o pensamento e a fala se unem para produzir o que no atual contexto de paradigmas inovadores em educação chama-se de pensamento verbal. Assim, seria esse um dos grandes momentos do processo de desenvolvimento da linguagem pelo sujeito, onde o pensar se junta com o falar para dar sentido à estruturação cognitiva verbal, fase decisiva da aquisição da fala pela criança.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

OLIVEIRA, Rui de. Neurolinguística e o aprendizado da linguagem. 1ª ed. Catanduva, SP: Editora Respel, 2000.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

MICHAELIS. Moderno dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo, SP: Editora Melhoramentos, 2000.
RODRIGUES, Márcia Rejane Alves; ARAÚJO, Maria Neuma Freire. O que influência a aquisição da fala nas crianças. Acessado em: http://www.filologia.org.br/soletras/15sup/O%20que%20influencia%20a%20aquisi%C3%A7%C3%A3o%20da%20fala%20nas%20crian%C3%A7as%20%20M%C3%81RCIA.pdf, às 14h01, do dia 04/12/2008.
ROSA, Jorge de La. Psicologia da Educação: o significado do aprender. 7. ed. Porto alegre: Edipucrs, 2003.
ZORZI, Jaime Luiz. Aprendizagem e distúrbios da linguagem escrita: questões clínicas e educacionais. Porto Alegre: Artmed, 2003.
[1] Pedagogo, Graduando em Serviço Social e Pós-Graduando em Psicopedagogia Clínico e Institucional;
[2] Pedagoga, Pós-graduando em Psicopedagogia Clínico e Institucional

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