Bastos, Alice Beatriz B. A construção da pessoa em Wallon e constituição do sujeito em Lacan. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.
Edinei Messias Alecrim[1]
Discutir a construção da pessoa em Wallon e a constituição do sujeito em Lacan requer analises sob o olhar da psicogenética Walloniana, bem como também sob o aspecto da Psicanálise Lacaniana. Inicialmente, o sujeito como ser social é uma das grandes vertentes defendidas tanto por um, quanto pelo outro.
A cultura e a linguagem são fontes necessárias que fortalece o contato do sujeito com o mundo humano. Nessa perspectiva, a linguagem, numa ótica psicogenética de Wallon tem relação direta com os aspectos sentimentais, emocionais que é a maneira onde o sujeito encontra alternativas comunicativas com o mundo humano, ajudando a configurar a sua condição do pensamento.
Assim, em Lacan a linguagem é analisada na sua relação com o inconsciente, pois a linguagem tende a estabelecer ao sujeito um parâmetro que pode ser um nome, um objeto e este elemento passa a fazer parte do contexto da criança, momento esse em que ele o agarra para não se dispersar daquilo que está em seu entorno.
A construção da pessoa sob a perspectiva walloniana se inicia ao longo de sua evolução psíquica, ou seja, a pessoa se constrói a partir da descoberta do próprio “eu”, que é concebido como a consciência de si. Tal pressuposto se configura onde a perspectiva Walloriana concebe a construção do eu orientado pelos movimentos que incorpora e expulsa o “outro”, sendo este alheio a si mesmo. Para Lacan, a consciência de si é negada, pois o sujeito enquanto ser, não está voltado para a consciência. O outro e o eu se diferencia pelo campo imaginário, nesse momento a consciência se dá na dimensão entre aquilo que o sujeito concebe como imaginário ou simbólico.
Nessa perspectiva, o espelho se torna parâmetro essencial na discussão desta temática. Dentro da visão de Wallon, quando a criança olha gradativamente para si própria, ela começa a se constituir enquanto pessoa que ver na imagem corporal, a consciência de si. Porém na visão de Lacan, estas imagens refletidas fazem o sujeito incorporar e refletir o olhar do outro sobre si, passando a conceber a idéia de que sua imagem é aquilo que os outros estão vendo.
Numa outra perspectiva, o fator biológico é marco essencial na construção da criança enquanto ser em desenvolvimento. Pode-se perceber que existe uma influência do biológico no desenvolvimento psíquico segundo a concepção Walloniana; ao contrário disso, a análise psicanalítica de Lacan, afirma que esse processo é articulado a partir de pontes refletidas de forma simbólica no que se referem às imagens espelhadas e instauradas pela perspectiva do olhar da criança.
Todavia, a análise do “eu” em muitas situações na perspectiva da criança, está isolado do outro, “este não vive sem o eu”, pois ao longo do processo de desenvolvimento da criança, mesmo distantes, eles se tornam referências para a construção de suas personalidades.
Assim, outras questões são refletidas na intenção de melhor compreender o processo aqui discutido. A criança encara a família como mediadora inicial das relações sociais; porém é no ambiente cheio de diversidade que a criança por meio das convivências encontra ou se depara com a referência familiar, iniciando a construção da esfera grupal e das práticas sociais. Por isso, tanto Lacan, quanto Wallon identificam-se afirmando que a criança é um sujeito social, histórico e cultural.
Portanto, muito se tem percebido dentro da concepção de construção ou constituição tanto do sujeito quanto da pessoa na perspectiva desses dois autores. Aqui, tal discussão nos ajuda a transpor barreiras e os próprios limites educacionais, contribuindo a melhor compreender o espaço da criança dentro do seu ambiente, seja ele escolar ou não. A compreensão desta análise aqui salientada aplica-se à necessidade de se conceber a criança como sujeito ou pessoa em desenvolvimento que precisa constantemente reagir, aceitando ou não a imagem que os outros fazem dela.
[1] Pedagogo, Graduando em Serviço Social e Pós-Graduando em Psicopedagogia Clínica e Institucional E Complementação em Metodologia do Ensino Superior.
Edinei Messias Alecrim[1]
Discutir a construção da pessoa em Wallon e a constituição do sujeito em Lacan requer analises sob o olhar da psicogenética Walloniana, bem como também sob o aspecto da Psicanálise Lacaniana. Inicialmente, o sujeito como ser social é uma das grandes vertentes defendidas tanto por um, quanto pelo outro.
A cultura e a linguagem são fontes necessárias que fortalece o contato do sujeito com o mundo humano. Nessa perspectiva, a linguagem, numa ótica psicogenética de Wallon tem relação direta com os aspectos sentimentais, emocionais que é a maneira onde o sujeito encontra alternativas comunicativas com o mundo humano, ajudando a configurar a sua condição do pensamento.
Assim, em Lacan a linguagem é analisada na sua relação com o inconsciente, pois a linguagem tende a estabelecer ao sujeito um parâmetro que pode ser um nome, um objeto e este elemento passa a fazer parte do contexto da criança, momento esse em que ele o agarra para não se dispersar daquilo que está em seu entorno.
A construção da pessoa sob a perspectiva walloniana se inicia ao longo de sua evolução psíquica, ou seja, a pessoa se constrói a partir da descoberta do próprio “eu”, que é concebido como a consciência de si. Tal pressuposto se configura onde a perspectiva Walloriana concebe a construção do eu orientado pelos movimentos que incorpora e expulsa o “outro”, sendo este alheio a si mesmo. Para Lacan, a consciência de si é negada, pois o sujeito enquanto ser, não está voltado para a consciência. O outro e o eu se diferencia pelo campo imaginário, nesse momento a consciência se dá na dimensão entre aquilo que o sujeito concebe como imaginário ou simbólico.
Nessa perspectiva, o espelho se torna parâmetro essencial na discussão desta temática. Dentro da visão de Wallon, quando a criança olha gradativamente para si própria, ela começa a se constituir enquanto pessoa que ver na imagem corporal, a consciência de si. Porém na visão de Lacan, estas imagens refletidas fazem o sujeito incorporar e refletir o olhar do outro sobre si, passando a conceber a idéia de que sua imagem é aquilo que os outros estão vendo.
Numa outra perspectiva, o fator biológico é marco essencial na construção da criança enquanto ser em desenvolvimento. Pode-se perceber que existe uma influência do biológico no desenvolvimento psíquico segundo a concepção Walloniana; ao contrário disso, a análise psicanalítica de Lacan, afirma que esse processo é articulado a partir de pontes refletidas de forma simbólica no que se referem às imagens espelhadas e instauradas pela perspectiva do olhar da criança.
Todavia, a análise do “eu” em muitas situações na perspectiva da criança, está isolado do outro, “este não vive sem o eu”, pois ao longo do processo de desenvolvimento da criança, mesmo distantes, eles se tornam referências para a construção de suas personalidades.
Assim, outras questões são refletidas na intenção de melhor compreender o processo aqui discutido. A criança encara a família como mediadora inicial das relações sociais; porém é no ambiente cheio de diversidade que a criança por meio das convivências encontra ou se depara com a referência familiar, iniciando a construção da esfera grupal e das práticas sociais. Por isso, tanto Lacan, quanto Wallon identificam-se afirmando que a criança é um sujeito social, histórico e cultural.
Portanto, muito se tem percebido dentro da concepção de construção ou constituição tanto do sujeito quanto da pessoa na perspectiva desses dois autores. Aqui, tal discussão nos ajuda a transpor barreiras e os próprios limites educacionais, contribuindo a melhor compreender o espaço da criança dentro do seu ambiente, seja ele escolar ou não. A compreensão desta análise aqui salientada aplica-se à necessidade de se conceber a criança como sujeito ou pessoa em desenvolvimento que precisa constantemente reagir, aceitando ou não a imagem que os outros fazem dela.
[1] Pedagogo, Graduando em Serviço Social e Pós-Graduando em Psicopedagogia Clínica e Institucional E Complementação em Metodologia do Ensino Superior.
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